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São Paulo, Brazil
Pastor, psicanalista, psicopedagôgo

A VIDA PODE SER DIFERENTE

A vida pode ser diferente, basta acreditar nas mudanças pelas quais você mesmo já passou. Olhe-se! Perceba-se e constatará que em muito você já não é mais a mesma pessoa. Não é apenas uma questão de aparência externa, certamente muitas transformações ocorreram dentro de você, fazendo-o enxergar a vida e as pessoas de um modo novo, espero que melhor do que antes.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

PECADOS DA INSTITUCIONALIZACÃO DA IGREJA E DA FÉ

Pensar o evangelho é refletir sobre a própria vida, a nossa vida. Aqui quero pensar com a igreja sobre o perigo diante do qual devemos atentar para que não venhamos a perder a bênção do cumprimento da missão de ser uma igreja que valorize o relacionamento com Deus e com o semelhante, dinâmica e criativa na expressão de sua fé, mas sem abrir mão de ser forte para cumprir o propósito para o qual existe: anunciar as boas novas da salvação a partir do seu compromisso com a prática de sua fé bíblica.
Como igreja somos primeiramente organismo, corpo vivo de Cristo, habitação do Espírito Santo, prova viva do amor e do poder de Deus para reconciliação da humanidade com Deus através da pregação e do discipulado com a vida. Mas, como igreja somos uma instituição ou organização com personalidade jurídica e uma estrutura funcional que deve nos permite realizar a nossa finalidade. É pena que a institucionalização humana da igreja e por conseqüência da fé tenha acarretado mais peso do que alívio à vida da igreja e rebanho de Cristo, desviando-a de seu foco profético redentor. Vamos acabar com a igreja como organização? Claro que não! Mas, estou me debatendo sobre um caminhar, mesmo que institucional, que alivie o fardo a partir de um evangelho puro e simplesmente evangélico. Duro é conseguir quebrar as amarras seculares que afundam as instituições no mar da defesa ou no pulo do gato do capital, salvando-a das mãos dos que a querem continuar dominando pela via ortodoxia sem vida ou das mãos soltas daqueles que querem gerir a igreja dançando leves e livres para agradar o mundo e fazer prosperar um negócio lucrativo e que para se manter crescendo deve seguir as regras de mercado. Em ambos os casos, eles ignoram a ação do Espírito Santo e o amor pelos perdidos, sem contar a total falta de respeito pelos que são igreja de fato.
Assim, de um lado, temos os reacionários que estão sempre prontos para defesa de seus interesses e conveniências. Pois, como sobreviverão eles sem o legalismo e sem as estruturas de dominação? Agarram-se nelas como âncoras e afundam no mar escuro de seus próprios dogmas e de seus pragmatismos frios, constituindo cada vez em geleiras seladas pela esterilidade. Do outro lado, encontramos os mercadores que negociam tudo e banalizam a fé em troca de algumas moedas. Para os mercadores, vale tudo para que o negócio prospere! Vale liberar geral, vale psicologismo barato e um espiritualismo que é casca frágil de um verme destruidor da fé de inocentes carentes que cada vez mais se entregam aos lobos de nosso tempo.
Em ambos os casos, extremos milenares, a necessidade evidente de desfilar a vaidade e acumular para si riquezas é diabólica e insana. Faltos de temor a Deus e indiferentes ao semelhante, agem sem escrúpulos se assemelhando aos históricos tiranos e usurpadores da glória de Deus. É terrível, mas estes estão em nosso meio e muitos como timoneiros de nossos navios. É lastimável, mas os que jazem no maligno estão entre nós e nos guiando ao inferno de uma igreja sem Cristo, sem fé, sem amor e sem nenhuma espiritualidade, uma igreja que como organização tende a ser totalmente desacreditada. E, se nada fizermos, e quero fazer alguma coisa, para isso espero ter sabedoria e coragem para discernir e me unir aos que têm o mesmo sentimento, a igreja institucionalizada entrará em falência. Quem sabe a falência da instituição organizacional encerre de uma vez por todas o ciclo vicioso dos bodes velhos e dos loucos lobos que sempre a tiveram como meio de dominação e fonte de lucro. Mas, penso que a nossa luta não deva ser para resgatar uma igreja institucionalizada, mas para resgatar a prática e pregação do mais puro evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, o evangelho que ao olhar para Cristo nos obriga querer e ser a salvação do próximo.
Penso que numa volta ao primeiro amor e ao resgate de uma igreja focada no relacionamento íntimo com Deus e no interesse misericordioso para com o próximo e semelhante, que se encontra à espera da verdadeira salvação que vem dela, orientada pelos valores e princípios atemporais da fé cristã, com toda a sua leveza, nos pode permitir vivenciar o avivamento que deu resistência e foi realidade e esperança para a igreja primitiva no cumprimento de sua missão.
Uma igreja verdadeiramente corpo vivo de Cristo não pode servir de tapete para o desfile das vaidades de amantes do poder e da glória humana, nem tampouco ser mina de diamantes para enriquecer mercadores sedentos pelos tesouros terrenos.
Deus é bom e certamente será com aqueles que com são com Ele. Oro e espero que esse incômodo santo nos tire da zona de conforto e nos faça agir em prol de uma igreja disponível nas mãos de Deus, para impactar a nossa realidade com um evangelho que há muito não se vive. Que Deus gere em nós um novo compromisso com o evangelho puro e simples para uma igreja pura e simples.

Pr Javan Ferreira
javanferreira@hotmail.com

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